Estiagem prolongada favorece síndrome do olho seco
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Uso do soro fisiológico coloca a visão da população em risco
Automedicação pode ser prejudicial Wallenrock/Shutterstock
A baixa umidade do ar enfrentada em boa parte do país nos últimos 60 dias está ressecando a mucosa ocular de muitas pessoas. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, 20% dos pacientes chegam ao consultório com olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, queimação, fotofobia e visão borrada.
"Esses sintomas são relacionados à síndrome do olho seco, decorrente da maior evaporação da camada aquosa do filme lacrimal", explica. Mulheres na menopausa, idosos, quem trabalha muito tempo em frente ao computador, portadores de doenças autoimunes, usuários de lentes de contato são os mais propensos à doença.
O especialista diz que, sem tratamento logo no início do desconforto, a síndrome pode levar a algumas alergias e a conjuntivite. Isso porque a lágrima tem a função de proteger os olhos das agressões ambientais e, a falta da camada aquosa, deixa os olhos indefeso à poluição no ar.
Um erro comum cometido pela população é pingar soro fisiológico nos olhos para diminuir o ressecamento. "O sal do soro aumenta a irritação. Além disso, a solução não contém conservante e depois de aberta se transforma em campo fértil para o crescimento de bactérias e fungos que contaminam a córnea e a conjuntiva", afirma.
Dicas de prevenção
As dicas do médico para prevenir o ressecamento da lágrima são:
- Beber água com frequência
- Incluir na alimentação frutas verduras e legumes ricos em vitamina A e E
- Colocar vasilhas com água nos ambientes
- Suplementação de ômega 3 encontrado em nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha
- Evitar ambientes com ar condicionado
- Manter os ambientes livres de poeira
- Desviar os olhos da tela do monitor por 5 a 10 minutos a cada hora
- Piscar voluntariamente quando usar o computador
- Proteger os olhos com óculos apropriados nas atividades externas
Automedicação é perigosa
Queiroz Neto alerta que nenhum colírio deve ser usado sem acompanhamento médico para evitar complicações. Os sintomas do olho seco são muito parecidos com os da alergia ocular e conjuntivite. Já os tratamentos, são bastante diferentes e em alguns casos as doenças ocorrem simultaneamente.
"Usar colírio antibiótico indicado para conjuntivite bacteriana em olhos com alergia piora o processo alérgico que está relacionado à queda da imunidade", exemplifica. O especialista diz que o melhor tratamento para olho seco é a lágrima artificial associada à suplementação de Ômega 3.
Em estágio intermediário, explica, pode ocorre a inflamação da glândula lacrimal e o tratamento é feito com colírio à base de ciclosporina por um período de seis meses. Nos mais avançados o ponto lacrimal é cauterizado para manter a lágrima nos olhos.
A doença só não é grave em estágio inicial. Por isso, a recomendação do médico é procurar um oftalmologista nos primeiros sintomas de desconforto. Isso porque a falta de tratamento adequado pode causar cicatrizes na córnea e comprometer severamente a visão.
FONTE:BAND