Usar colírio na gravidez pode afetar o bebê
12:04
No Brasil, quatro em cada 10 gestantes usam colírio por conta própria
O colírio pode contrair os vasos da placenta e comprometer a nutrição do feto
Wallenrock/Shutterstock
Um estudo realizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) estima
que 3% dos defeitos congênitos nos bebês sejam causados pelo uso de
medicamentos ou drogas durante a gravidez.
"Até as gotinhas de colírio, aparentemente inofensivas, podem afetar o bebê", afirma o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.
Isso porque, em mulheres grávidas, a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático das drogas que ficam mais concentradas na corrente sanguínea.
O problema é que um levantamento feito pelo médico com 80 gestantes nos últimos 18 meses mostra que quatro em cada 10 chegam à consulta usando colírio por contra própria. Para o FDA (Food em Drugs Administration), agência americana que regulamenta os medicamentos, nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para o feto por falta de testes com gestantes antes dos lançamentos.
A boa notícia para gestantes é que a pressão intraocular geralmente diminui, principalmente, na segunda metade da gestação por causa do aumento da produção de progesterona e relaxina.
Menor troca de oxigênio e nutrientes
Queiroz Neto destaca que alguns remédios afetam o bebê pela menor troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o feto através da placenta. E é isso que acontece com os bebês da maioria das gestantes que se automedicam.
"Isso porque o colírio mais usado abusivamente é o vasoconstritor para deixar os olhos branquinhos. Os vasos sanguíneos da placenta também contraem e a nutrição do feto fica comprometida", explica.
O oftalmologista destaca que embora esta privação de oxigênio não seja suficiente para que o bebê nasça com alguma deformidade, ela pode refletir na saúde em algum momento da vida. Já na futura mãe, o uso indiscriminado desse tipo de colírio predispõe à catarata precoce, alterações cardíacas e elevação da pressão arterial.
O especialista conta que a maioria das gestantes fica com o olho vermelho porque o aumento da produção do estrogênio provoca a síndrome do olho seco. Outros sintomas da síndrome são: ardência, coceira, queimação, visão borrada que melhora com o piscar, lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz.
Para quem sofre desses problemas, o tratamento pode ser feito com lágrima artificial que não prejudica o feto, ou com uma dieta rica em ômega 3. O nutriente é encontrado em semente de linhaça, castanha-do-pará, sardinha e salmão.
Contração da musculatura uterina
O médico Queiroz Neto alerta que gestantes portadoras de glaucoma devem passar por reavaliação com um oftalmologista. Isso porque, a classe de colírio antiglaucomatoso mais utilizada no Brasil é a dos análogos de prostaglandina que são contra-indicados durante a gravidez.
"Este tipo de colírio pode induzir à contração da musculatura uterina, podendo levar à interrupção prematura da gestação", afirma."Já os beta-bloqueadores podem alterar a frequência cardíaca do feto", destaca.
Dos medicamentos para glaucoma o mais seguro para gestantes é o tartarato de brimonidina que não revelou alterações em fetos de ratos, segundo relatório publicado pelo FDA.
FONTE:BAND
"Até as gotinhas de colírio, aparentemente inofensivas, podem afetar o bebê", afirma o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.
Isso porque, em mulheres grávidas, a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático das drogas que ficam mais concentradas na corrente sanguínea.
O problema é que um levantamento feito pelo médico com 80 gestantes nos últimos 18 meses mostra que quatro em cada 10 chegam à consulta usando colírio por contra própria. Para o FDA (Food em Drugs Administration), agência americana que regulamenta os medicamentos, nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para o feto por falta de testes com gestantes antes dos lançamentos.
A boa notícia para gestantes é que a pressão intraocular geralmente diminui, principalmente, na segunda metade da gestação por causa do aumento da produção de progesterona e relaxina.
Menor troca de oxigênio e nutrientes
Queiroz Neto destaca que alguns remédios afetam o bebê pela menor troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o feto através da placenta. E é isso que acontece com os bebês da maioria das gestantes que se automedicam.
"Isso porque o colírio mais usado abusivamente é o vasoconstritor para deixar os olhos branquinhos. Os vasos sanguíneos da placenta também contraem e a nutrição do feto fica comprometida", explica.
O oftalmologista destaca que embora esta privação de oxigênio não seja suficiente para que o bebê nasça com alguma deformidade, ela pode refletir na saúde em algum momento da vida. Já na futura mãe, o uso indiscriminado desse tipo de colírio predispõe à catarata precoce, alterações cardíacas e elevação da pressão arterial.
O especialista conta que a maioria das gestantes fica com o olho vermelho porque o aumento da produção do estrogênio provoca a síndrome do olho seco. Outros sintomas da síndrome são: ardência, coceira, queimação, visão borrada que melhora com o piscar, lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz.
Para quem sofre desses problemas, o tratamento pode ser feito com lágrima artificial que não prejudica o feto, ou com uma dieta rica em ômega 3. O nutriente é encontrado em semente de linhaça, castanha-do-pará, sardinha e salmão.
Contração da musculatura uterina
O médico Queiroz Neto alerta que gestantes portadoras de glaucoma devem passar por reavaliação com um oftalmologista. Isso porque, a classe de colírio antiglaucomatoso mais utilizada no Brasil é a dos análogos de prostaglandina que são contra-indicados durante a gravidez.
"Este tipo de colírio pode induzir à contração da musculatura uterina, podendo levar à interrupção prematura da gestação", afirma."Já os beta-bloqueadores podem alterar a frequência cardíaca do feto", destaca.
Dos medicamentos para glaucoma o mais seguro para gestantes é o tartarato de brimonidina que não revelou alterações em fetos de ratos, segundo relatório publicado pelo FDA.
FONTE:BAND